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domingo, 18 de julho de 2010

Holografia do Comportameto

Já vou avisando... quem ler esse texto terá que viajar na maionese.

Esses dias estava mudando de canal quando achei um debate totalmente inútil no MTV Debate (mtv que é um lixo diga-se de passagem), o debate era sobre o crepúsculo e suas conseqüências na mente dos adolescentes, e durante o programa ouvi algumas frases muito hilariantes e interessante por parte do Lobão.

Um dos participantes do debate sugeriu que os adolescentes de hoje (que são emos, gostam de crepúsculo e etc), só por serem adolescentes tem em seu comportamento transgredir contra algo. O Lobão logo em seguida retrucou "Transgredir para o bem não existe, o fofo jamais será rebelde".

A princípio eu até concordei com o Lobão, mas parei para pensar um pouco sobre o assunto, para tentar entender o surgimento de tantos bi... quer dizer ... emos hoje em dia:
"Para haver uma rebelião, é preciso que antes haja necessariamente um poder contra o qual se rebelar" - http://pt.wikipedia.org/

Ou seja, o fofo por incrível que pareça pode ser sim o rebelde da história se o poder estiver nas mãos dos "ogros".

Para explicar o raciocínio desse texto sobre comportamento vou viajar na história e na música que normalmente traduz o comportamento de uma época.

Antigamente, na época dos escravos, ser rebelde era lutar contra o poder branco, buscar a liberdade de ter escolhas, expressado nas músicas que os negros cantavam e dançavam para lembrar de sua terra natal.

Veio a libertação dos escravos e essa rebeldia se fez desnecessária, porém a luta por direitos iguais e contra o preconceito se estende até hoje, porque ficou enraizado no sub-consciente das pessoas que ser negro era ser inferior (coisa repugnante) mas é fato.

Logo a imagem do rebelde, nessa época para a sociedade, é ser negro escravo que faz batuque (não é samba nem pagode diga-se de passagem rs). E o poder no caso são os brancos.

O adolescente dessa época não tinha liberdade e abaixava a cabeça para tudo o que os pais falavam e mandavam, os poucos que se manifestavam contra o poder dos pais, era só considerados mal educados.

Um tempo mais para frente a população evoluiu por conta da libertação dos escravos, o aumento da população negra e da sociedade em si, e o surgimento do jazz, do blues e músicas tipicamente negras, ajudaram aos jovens adolescentes que antes se calavam diante das ordens dos "poderosos" pais, a encontrar um lugar para onde fugir dessa "tirania".
A imagem do rebelde então foi passando dos negros (que ficaram com imagem de inferiores) para os jovens que antes eram só mal educados.

Em tempos de guerra e pós guerra, entra o poder político na história, o mal maior eram os ditadores, os pais já começavam a ter que aceitar que os filhos não eram obrigados a aceitar todas as ordens impostas a eles, que eles também tinham poder de escolha. Logo surge então movimento paz e amor, e paralelo a isso a música reage aos acontecimentos da sociedade, com a "adaptação" das músicas negras para o Rock'n Roll.

Vem a guerra fria, e o Rock ganha força, e essa força vai ficando cada vez maior, pois o rock ganhou a imagem do rebelde, melhor... ele incorporou ou quase que roubou a rebeldia contra o poder dos políticos para si, e isso sempre foi perceptível no nome das bandas que surgiam, que normalmente levavam palavras de ordem contra o poder atual.

Cai o muro, fim da guerra fria, e agora? rebelar-se contra quem? O rock enfim tinha vencido e dominou a sociedade, a maioria das pessoas eram rockeiras, o rock foi durante muito tempo o poder maior na música, e os marginalizados sempre foram os outros estilos. Sem ter contra quem se rebelar, os pais agora eram os filhos que foram rebeldes tempos atrás, o que o adolescente tem para reclamar?

Durante toda a década de 90 o rock foi perdendo espaço na mídia, foi ficando a imagem de que rockeiro era drogado, alguns dos ídolos de uma geração morreram de overdose, e agravou ainda mais a situação.

O rock'n roll tinha que ser modificado, tinha que perder força, os adolescentes, que agora eram livres para fazer o que queriam, precisavam de uma outra maneira de expelir todos os seus hormonios, pois se continuassem a seguir o rock'n roll acabariam como drogados. Surge então as músicas eletrônicas, que nada mais eram do que rock mais melódico remixado.

O que nos leva a hoje, onde as notas são mais melódicas e afeminadas, onde não existe um estilo de música imperialista, onde a mídia começou a vender outros estilos de música e o adolescente começou a se rebelar contra o rock. (o que pode ser considerado um problema para o futuro, pois você dá condições de escolhas infinitas para um jovem, que já não tem muito discernimento, você pode ter infinitas possibilidades de comportamento)

Então sim, o fofo infelizmente pode ser considerado rebelde, pois ele que sempre foi deixado de lado, agora está se manifestando (se rebelando), ganhando seguidores (outros estilos de música) e ganhando força (novos emos surgem a cada dia) para uma rebelião contra o poder do Rock'n Roll mais pesado e "Ogro", e infelizmente tem ganhado essa luta.

Agora, transformar o folclore já é demais, Vampiro do bem que não queima a luz do sol, é como saci branco com duas pernas. - adaptação de uma frase que li durante o debate mtv da "@ Larissa_Bahl".

Um comentário:

  1. Realmente, a moda EMO é um tipo de rock fofo que soa como rock em letras de sertanejo.

    Mas o rock não é só melodia, é conteúdo também.

    Letra do Fábio Jr. + riffs do Tonny Iommi = não-é-rocknroll

    Muito bem lembrado, no mês mundial do rock!

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