Já vou avisando... quem ler esse texto terá que viajar na maionese.
Esses dias estava mudando de canal quando achei um debate totalmente inútil no MTV Debate (mtv que é um lixo diga-se de passagem), o debate era sobre o crepúsculo e suas conseqüências na mente dos adolescentes, e durante o programa ouvi algumas frases muito hilariantes e interessante por parte do Lobão.
Um dos participantes do debate sugeriu que os adolescentes de hoje (que são emos, gostam de crepúsculo e etc), só por serem adolescentes tem em seu comportamento transgredir contra algo. O Lobão logo em seguida retrucou "Transgredir para o bem não existe, o fofo jamais será rebelde".
A princípio eu até concordei com o Lobão, mas parei para pensar um pouco sobre o assunto, para tentar entender o surgimento de tantos bi... quer dizer ... emos hoje em dia:
"Para haver uma rebelião, é preciso que antes haja necessariamente um poder contra o qual se rebelar" - http://pt.wikipedia.org/
Ou seja, o fofo por incrível que pareça pode ser sim o rebelde da história se o poder estiver nas mãos dos "ogros".
Para explicar o raciocínio desse texto sobre comportamento vou viajar na história e na música que normalmente traduz o comportamento de uma época.
Antigamente, na época dos escravos, ser rebelde era lutar contra o poder branco, buscar a liberdade de ter escolhas, expressado nas músicas que os negros cantavam e dançavam para lembrar de sua terra natal.
Veio a libertação dos escravos e essa rebeldia se fez desnecessária, porém a luta por direitos iguais e contra o preconceito se estende até hoje, porque ficou enraizado no sub-consciente das pessoas que ser negro era ser inferior (coisa repugnante) mas é fato.
Logo a imagem do rebelde, nessa época para a sociedade, é ser negro escravo que faz batuque (não é samba nem pagode diga-se de passagem rs). E o poder no caso são os brancos.
O adolescente dessa época não tinha liberdade e abaixava a cabeça para tudo o que os pais falavam e mandavam, os poucos que se manifestavam contra o poder dos pais, era só considerados mal educados.
Um tempo mais para frente a população evoluiu por conta da libertação dos escravos, o aumento da população negra e da sociedade em si, e o surgimento do jazz, do blues e músicas tipicamente negras, ajudaram aos jovens adolescentes que antes se calavam diante das ordens dos "poderosos" pais, a encontrar um lugar para onde fugir dessa "tirania".
A imagem do rebelde então foi passando dos negros (que ficaram com imagem de inferiores) para os jovens que antes eram só mal educados.
Em tempos de guerra e pós guerra, entra o poder político na história, o mal maior eram os ditadores, os pais já começavam a ter que aceitar que os filhos não eram obrigados a aceitar todas as ordens impostas a eles, que eles também tinham poder de escolha. Logo surge então movimento paz e amor, e paralelo a isso a música reage aos acontecimentos da sociedade, com a "adaptação" das músicas negras para o Rock'n Roll.
Vem a guerra fria, e o Rock ganha força, e essa força vai ficando cada vez maior, pois o rock ganhou a imagem do rebelde, melhor... ele incorporou ou quase que roubou a rebeldia contra o poder dos políticos para si, e isso sempre foi perceptível no nome das bandas que surgiam, que normalmente levavam palavras de ordem contra o poder atual.
Cai o muro, fim da guerra fria, e agora? rebelar-se contra quem? O rock enfim tinha vencido e dominou a sociedade, a maioria das pessoas eram rockeiras, o rock foi durante muito tempo o poder maior na música, e os marginalizados sempre foram os outros estilos. Sem ter contra quem se rebelar, os pais agora eram os filhos que foram rebeldes tempos atrás, o que o adolescente tem para reclamar?
Durante toda a década de 90 o rock foi perdendo espaço na mídia, foi ficando a imagem de que rockeiro era drogado, alguns dos ídolos de uma geração morreram de overdose, e agravou ainda mais a situação.
O rock'n roll tinha que ser modificado, tinha que perder força, os adolescentes, que agora eram livres para fazer o que queriam, precisavam de uma outra maneira de expelir todos os seus hormonios, pois se continuassem a seguir o rock'n roll acabariam como drogados. Surge então as músicas eletrônicas, que nada mais eram do que rock mais melódico remixado.
O que nos leva a hoje, onde as notas são mais melódicas e afeminadas, onde não existe um estilo de música imperialista, onde a mídia começou a vender outros estilos de música e o adolescente começou a se rebelar contra o rock. (o que pode ser considerado um problema para o futuro, pois você dá condições de escolhas infinitas para um jovem, que já não tem muito discernimento, você pode ter infinitas possibilidades de comportamento)
Então sim, o fofo infelizmente pode ser considerado rebelde, pois ele que sempre foi deixado de lado, agora está se manifestando (se rebelando), ganhando seguidores (outros estilos de música) e ganhando força (novos emos surgem a cada dia) para uma rebelião contra o poder do Rock'n Roll mais pesado e "Ogro", e infelizmente tem ganhado essa luta.
Agora, transformar o folclore já é demais, Vampiro do bem que não queima a luz do sol, é como saci branco com duas pernas. - adaptação de uma frase que li durante o debate mtv da "@ Larissa_Bahl".
Realmente, a moda EMO é um tipo de rock fofo que soa como rock em letras de sertanejo.
ResponderExcluirMas o rock não é só melodia, é conteúdo também.
Letra do Fábio Jr. + riffs do Tonny Iommi = não-é-rocknroll
Muito bem lembrado, no mês mundial do rock!